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Uso de tela e o desenvolvimento infantil

  • Foto do escritor: Dra Jacy Perissinoto
    Dra Jacy Perissinoto
  • 1 de dez.
  • 3 min de leitura


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Os impactos do uso de telas no desenvolvimento motor, cognitivo, social e de comunicação, da infância à adolescência, vem sendo pesquisados há décadas.

Profissionais e estudiosos das mídias de comunicação e os do comportamento social estão atentos à qualidade do que é exposto pela TV “aberta”, com suas características de programação fixas, periodicidade e, também, aos intervalos comerciais. Mais recentemente a atenção se voltou para os impactos da multiplicação de telas que, sem limite de tempo ou espaço, produzem sequências quase intermináveis nos recursos portáteis ou não: telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores especialmente plataformas digitais e redes sociais.

Na realidade digital que vivemos, em que a mídia interativa independe de teclado e se torna cada vez mais veloz e acessível, estamos atentas às oportunidades e riscos do acesso sem supervisão e à qualidade de conteúdo para a criança e o adolescente nesse universo.

Pesquisas em diferentes culturas mostraram associação estatística de quanto mais tempo de tela relatado maior a probabilidade de atraso expressivo de linguagem, menores habilidades na resolução de problema e na interação social (Rocha et al, 2022; Carvalho, Pinto 2023; Law et al 2023; Ribeiro, Albuquerque, Moraes 2025).

Em ações protetivas e educativas pesquisas no Brasil, realizadas pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) vinculado à UNESCO, tem focalizado o uso da internet por crianças e adolescentes (TIC Kids Online Brasil) e a formação do usuário das mídias no recente “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais” (2025).

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que telas devem ser evitadas até 2 anos e restritas a, no máximo 1 hora por dia de 2 a 5 anos, com aumento gradual e discreto até a adolescência. A recomendação destaca o primordial acompanhamento de adultos.

A Organização Mundial da Saúde analisa, ainda, as relações entre tempo e isola mento social pelo uso de telas e efeitos de piora na qualidade de sono e aumento de obesidade e sedentarismo infantis. A OMS recomenda “Menos tempo sentada mais tempo brincando ativamente” com orientações para a família no limite de acesso às telas.

Certamente a mediação do adulto é a principal estratégia para a orientação das crianças e adolescentes no uso de recursos informativos, educativos ou de laser. Neste contexto, independentemente da idade, tem lugar na chamada educação digital e midiática como o conjunto de habilidades tanto para produzir informação quanto para compreender criticamente diferentes conteúdos nos ambientes digitais.

Na prática, o esforço conjunto de pais e profissionais de saúde e de educação (ASHA, SBFa) visa encontrar recursos com conteúdo apropriado e ferramentas para monitorar ou limitar o uso de mídias pelas crianças. São orientações básicas: desligar televisores e outros aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso; evitar usar a mídia como a única forma de acalmar crianças ou adolescentes; ampliar brincadeiras ou atividades ao ar livre, além de sempre evitar uso de telas antes de dormir e; repensar como os adultos podem limitar seu próprio consumo de mídias. 


Para saber mais:

American of speech-language-hearing association (Asha)- https://fairplayforkids.org/pf/eckit/

Carvalho L R., Pinto P M. A associação entre o uso de telas e o desenvolvimento infantil: uma revisão de literaturaResearch, Society and Development, v. 12, n. 4, e2812440885, 2023 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i4.40885

Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) -TIC Kids Online Brasil - https://cetic.br/pesquisa/kids-online/

Law EC, et al Associations Between Infant Screen Use, Electroencephalography Markers, and Cognitive Outcomes. JAMA Pediatr. 2023 Mar 1;177(3):311-318. doi: 10.1001/jamapediatrics.2022.5674. PMID: 36716016; PMCID: PMC9887532. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36716016/

Ribeiro, L. N. et al.. Relação entre o atraso de desenvolvimento da fala e uso de tela precoce: uma revisão sistemática. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 8, n. 3, p. e80694, 2025. DOI: 10.34119/bjhrv8n3-320. https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/80694.

Rocha, et al.Consequences of excessive use of screens for children’s health: an integrative literature review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 4, p. e39211427476, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i4.27476. https://rsdjournal.org/rsd/article/view/27476.

Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) - https://sbfa.org.br

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) - #MenosTelas#MaisSaúde

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