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A importância do fonoaudiólogo no atendimento do TEA

  • Foto do escritor: Dra Ana Carina Tamanaha
    Dra Ana Carina Tamanaha
  • 8 de abr.
  • 2 min de leitura

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Os prejuízos de comunicação sempre foram considerados aspectos fundamentais para o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Kanner em suas descrições iniciais, já enfatizava que dentre os comportamentos atípicos observados, as peculiaridades da linguagem eram uma importante base de investigação.


Atualmente, tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) em sua 11 ͣ Classificação Internacional de Doenças – CID 11 quanto a American Psychiatric Association (APA) no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5 permanecem considerando os déficits de comunicação verbal e não verbal, como critérios nucleares para o diagnóstico do TEA.   


Um dos primeiros sintomas a mobilizar as famílias na busca pelo diagnóstico pode ser o atraso ou a ausência total, de fala. No entanto, outros comportamentos sociocomunicativos e que precedem a aquisição da fala, também se mostram fragilizados precocemente, como o contato visual tênue e fugaz, os déficits na atenção compartilhada, no uso de gestos com intenção comunicativa e as respostas atípicas e inconsistentes aos estímulos ambientais. Observa-se ainda, prejuízos em compartilhar brincadeiras simbólicas e imaginativas e um padrão restrito e repetitivo de comportamentos, interesses e atividades. Portanto, o olhar atento do fonoaudiólogo torna-se primordial para a garantia da avaliação, do diagnóstico multidisciplinar e da intervenção precoce.        


Durante o período da primeira infância déficits estruturais de linguagem podem se manifestar como a alteração na produção dos sons da fala, na apropriação do vocabulário e na construção do discurso e da relação dialógica. Ao longo da segunda infância e da adolescência, dificuldades de comunicação social podem impactar as interações sociais e o desempenho acadêmico. Além disso, uma parcela significativa de pessoas com TEA permanecerá com necessidades complexas de comunicação e poderá se beneficiar da implementação de sistemas de comunicação alternativa e aumentativa.                     


O fonoaudiólogo reúne o conhecimento científico necessário a respeito dos processos de aquisição, desenvolvimento e abrangência da linguagem e da comunicação, portanto é de sua responsabilidade a condução da avaliação fonoaudiológica e o delineamento do processo terapêutico direcionado às habilidades e inabilidades de comunicação de cada sujeito. Compete a ele ainda, a articulação com todos os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar e a atenção constante aos contextos familiar, acadêmico e social. Assim, não há dúvidas sobre a relevância do papel do fonoaudiólogo na avaliação e no tratamento nas diferentes fases da vida das pessoas com TEA e suas famílias.  

 

Referências

  1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - DSM-5. Porto Alegre, Artmed, 2014.

  2. Fernandes FDM et al. O papel do fonoaudiólogo e o foco da intervenção no TEA. CoDAS. 2022, 24 (5): e20210264

  3. Kanner L. Autistic Disturbances of Affective Contact.  Nervous Child Psychiatry, 1943; 2:217-22.

  4. Tamanaha AC, Perissinoto J. Transtorno do Espectro do Autismo – implementando estratégias para a comunicação. Ribeirão Preto, BookToy. 2019.    

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