Uma perspectiva fonoaudiológica sobre a brincadeira e o desenvolvimento de linguagem na infância: orientação parental
- Dra Jacy Perissinoto
- 1 de jul.
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A linguagem não é restrita a vocalizações, palavras e frases, antes, é manifesta em comportamentos comunicativos como o olhar, o sorriso, as expressões faciais e os gestos que iniciam e sustentam a comunicação social desde os primeiros meses do bebê.

A família é o primeiro socializador da criança e seus interlocutores privilegiados. É na família que se estabelecem os vínculos fundamentais e trocas comunicativas por sorrisos, gestos, sons, palavras e frases desde os primeiros meses.
Para isto, a brincadeira é um recurso natural e precioso de comunicação, desde muito antes de surgiram as palavras. A brincadeira aparece de diferentes formas ao longo da vida e nem sempre depende de um brinquedo propriamente dito.
Referenciais teóricos sintetizam tipos de brincar individual, em dupla e em grupo. Outros estudiosos descrevem brincadeiras de movimento, de sensações tátil, visual e sonora, geralmente repetitivas e típica de bebês, que vão mudando para brincares com pessoas, objetos, brinquedos, palavras, cenas de fazer de conta, de ouvir e de contar histórias até jogos de grupo com regras mais formais.

Brincar com a criança pequena ao mesmo tempo que é gratificante também gera questionamento de pais. O adulto pode ter dúvidas sobre o que oferecer ao bebê ou à criança jovem, como melhor aproveitar um brinquedo e criar uma brincadeira divertida que contribua para o desenvolvimento de sua filha ou filho.
Neste sentido, a conduta do adulto com a criança está em reconhecer como ela está brincando e dar continuidade, isto é, dar espaço para a criança manter o tema de interesse com a participação do adulto por meio de olhares, sorrisos e apoio; está em convidar a criança para brincar repetindo brincadeiras que ela já fez antes e acrescentar novos elementos e, também, está presente quando o adulto propõe uma nova atividade, convida e observa o envolvimento da criança para seguir brincando.
Há, ainda, outras possibilidades de atuação do adulto que geram oportunidades de brincar e sustentam a iniciativa comunicativa gestual e/ou vocal e/ou verbal da criança. Esse ponto de vista, reforça o princípio de que a abrangência de conhecimentos do adulto permite-lhe ampliar seu papel de propulsor do desenvolvimento de linguagem de seu filho e filha por meio da brincadeira partilhada.
Referências
Perissinoto J; Tamanaha, AC; Isotani SM. Orientação parental em desenvolvimento de linguagem oral na infância: uma perspectiva fonoaudiológica In: Parentalidade (Responsável). Investigações, intervenções e programas. Um livro para pais e profissionais. Volume 2, ed.1a. Curitiba-PR: CRV, 2023, p. 189 – 210
Garvey C. A brincadeira: a criança em desenvolvimento. Trad Joscelyne V-Petrópolis RJ: Vozes, 2015, p. 55-80
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